Quatro meses depois que Chico Science morreu, em fevereiro de 1997, após um acidente de carro, o grupo do qual ele fazia parte, o Nação Zumbi, deu início à caminhada sem seu fundador. Os primeiros ensaios na ausência do vocalista e letrista aconteceram em um casarão na Rua da Aurora, na beira do Rio Capibaribe, em Recife. Sem querer, mais de 18 anos depois, o guitarrista Lúcio Maia voltou à residência para ser entrevistado para o documentário Chico Science, um Caranguejo Elétrico, produzido pela Globo Nordeste e pela produtora RTV. “O pessoal não sabia que era o mesmo casarão”, revela o guitarrista, notando com entusiasmo a coincidência do local – suficiente para atiçar tanto as memórias mais doces quanto as mais amargas de Maia.
Segundo ele, o filme é “a primeira iniciativa de grande porte” de registrar a história do célebre líder do Nação Zumbi e um dos nomes mais icônicos do movimento manguebeat. “Existem muitos documentários, mas feitos por fãs”, comenta. “O Zé [Eduardo Miglioli, diretor] é fã e ao mesmo tempo cineasta. Eles têm bastante material, fizeram uma pesquisa bacana, várias entrevistas.” Com 80 minutos de duração, Chico Science, um Caranguejo Elétrico será exibido na Globo Nordeste no próximo sábado, 12, véspera do 50º aniversário do músico.
Além dos membros do Nação Zumbi, o longa traz depoimentos de nomes como Gilberto Gil, Fred Zero Quatro (Mundo Livre S/A), Jorge Mautner, Carlos Eduardo Miranda, Arnaldo Antunes e Paralamas do Sucesso. “Mas o encontro mais importante foi com [o produtor] Liminha, porque a filha de Chico [Lula] estava presente e ele ficou bastante emocionado”, comenta o produtor e dono da RTV, Ricardo Carvalho, sem querer revelar mais detalhes do filme.
Fonte Blog Mais Pajeú
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